O final de semana a três foi, para mim, uma terapia. Desde meu último trabalho, antes mesmo do Jornal, não conseguia me desligar das responsabilidades e férias ou pequenos feriados, há mais de um ano não faziam parte de meu calendário pessoal.
Sim, sou um pouco workahólico, confesso – bastante workahólico, na verdade -, mas por trás de toda essa preocupação e algumas noites em claro existe um pequeno prazer no trabalho… em fazer algo, de alguma forma, que seja relevante. Quem não quer fazer a diferença algum dia?
No ambiente de trabalho ou na vida pessoal, sempre acreditei que conseguiria deixar minha modesta marca, ou o meu “pequeno verão” (relacionando com a tal máxima de que “uma andorinha só não faz verão”) por aí.
– E sua infância, como foi Rafa?
Perguntou Ricardo, se enchafurdando na areia molhada da praia de Guaecá. Como uma criança de seis ou sete anos, Rick cobria as pernas enquanto ouvia nossas histórias, curioso e ainda mais à vontade. As duas últimas noites juntos foi além da expressão carnal que o sexo a três representa. Estávamos realmente ligados, como bons amigos, amantes, e isso era instigante e soava estranhamente natural.
– Foi ótima, tranquila… sem pressão. Minha mãe sempre foi presente, meu pai nem tanto. Meu irmão é pouco tempo mais novo que eu mas não somos tão próximos, porém nos últimos tempos, com a chegada do João, a coisa mudou bastante.
– O cunhadinho querido?
Demos risada. Ricardo era charmoso e divertido, mesmo com metade do corpo enterrado.
– O Rafael está exagerando… mas acho que sou legal sim. Deve ser a falta da minha família, eu acho…
– E o seu primeiro amor?
O meu primeiro amor cara… foi quase caso de judô e polícia! Leia Mais